SOLUÇÕES PARA NÃO MORRER VIVO
Para interromper um padrão
dramático, o último passo é a magia, face ao desespero e pressa quase
intolerável, num misto de alívio e frenesim que consola.
Ora desconcertante ora harmónica
com impressões atribuídas a uma subjetividade tão providente como provisória.
Num notável fulgor melancólico,
também melódico, da comédia construída de pedaços díspares só unificados pela
ficção.
Realidade aparente escalada pelas
ideações do imaginário.
Aquela vulnerabilidade do
percurso que afaga o prazer, sem se importar com um objetivo ou destino
determinado.
Desintoxicação emocional da vida.
Nutrição da mente numa abordagem de “smile” ainda que amarelo.
Apaziguamento amolgado, depois do
grito e do esmurrar de almofadas, que não conseguem entender na sua macieza,
qual o pecado de que estão a ser punidas e aturdidas acatam os golpes, para
nossa libertação.
A tragédia a desmascarar-se em
pensamentos soltos, rumo a qualquer forma inevitável de recuperação, apenas por
sobrevivência.
É um sossego gradual, que depende
da raiva projetada sem medo nem mágoa em renovadas perspetivas de compensação
do ressentimento.
Curas parciais, acanhadas em
placebos com eficácia demonstrada no ressurgimento de alguma motivação.,
combativas face à estatura das circunstâncias despropositadas e ingratas.
Águas límpidas fluem eliminando
todas as toxinas, em afago da alma, acostumada a ser assombrada, pelos
terramotos.
Sedução da segurança depois de
cismar em magnitudes de sismos e abalos de escala 7 de Richter.
Um calibrar com necessidades
básicas de alimento mental e amor-próprio.
Assume o comando a concentração
no conforto.
Mensagens de vazios da
impaciência, agitam sensações ocas no cérebro e precisam de massagens delicadas
com soluções a cobrir o corpo de melaços e chantilis.
Emulsões caseiras a remediarem,
só o exequível e simplificado.
A confiança é processo
lentificado pelos nós que nós tecemos num crescendo experienciado.
Crescimento cheio de antónimos,
que se fazem sinónimo de recusas e alienações, cuidadosamente tingidas com as
esperanças.
As oportunidades otimistas têm
missões breves, porém de grande impacto no retomar de utopias, que garantem a
sanidade.
Usam-se todos os catalisadores,
com expectativas de realização. Abrem-se a mudanças, todos os ferrolhos
enferrujados, posando em atitude, pousando nos compromissos.
Disposição para o travessar de
riscos, mesmo sem conhecer os resultados dos esforços.
Finalidade: a fé num magnetismo
cósmico que cultiva a descrença no homem como centro do mundo, e transforma a
persona em átomo para que tenha a consciência de pertença e utilidade
universal.
Manipular das ideias até se
converterem num medicamento, que em vez de cicatrizar, passa a deixar romper o
desbloqueio criativo.
A inutilidade da tragédia, é
figurativa, em desenhos que expressam a frustração e incapacidade de resolução.
Desfrutar exige contenção do
sinistro, a permitir a expansão de um lavado potencial.
Despertam afirmativas em acordes
ainda desafinados, mas determinados à assertividade, numa confrontação que pode
ter tanto de dor esturricada como de alquimia dourada.
Cogitações repetitivas sem chave,
password ou poder de solução, são graciosamente alterados por shots de
riso-sátira, verdadeiros salva-vidas.
A cabeça é capaz de revelar-se
como quarto de cuidados emocionais intensivos, e retirar das sombras laivos de
significâncias e afetos inspiradores.
Espaço eclético e torpe, donde
surge o milagre, no restabelecimento de uma unidade prioritária, de
sentimentos, reflexões e ações.
Recipiente de hábitos colados ao
pensamento, enraizados nas afirmações do discurso interno, a pedirem socorro a
um acordar de sóis com raios penetrantes.
Intenções sobrecarregadas
aguardam em alvoroço, o raiar de um grato lençol de serenidade, ainda que fugaz
como um silêncio no meio de um aceso diálogo.
Luminária repentina da
consciência, a olhar de frente a necessidade de satisfação.
Texto de Mirandulina
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