Nas suas orlas ainda
vagueia a surpresa e os guichos do desencanto.
Palavras soltas que não
compõem uma frase conexa abafam as notas cheias de claves e enclaves, em
meandros de deserto pouco alentadores.
Um território desconhecido
estende mantas de vazio repletas de defesas primitivas.
Alteração a um projeto e
à rotina, que obriga a inventar uma nova realidade.
Pedaços de espaço que
são guardados em arcas de ouro, suspensos no tempo e semiadormecidos nas lianas das memórias, num
depositar de absoluta confiança, como quem conta estrelas cadentes à cadência
do relâmpago – segredos do céu que ultrapassam tesouros com luares.
Percurso onde a
melancolia se converte numa espécie inquietante de intoxicação.
Mas tudo é uma questão
de digestão dos ensurdecedores pedaços da carne.
Emprenha-se na absorção
do essencial e uma aclarada consciência.
Alguns esticam-se
aparentemente gordos de dignidade, com coqueteria resoluta fronte aos desafios
e aos juízes emperucados de turbantes tão ridículos como algumas tradições e
galardões póstumos.
Há lugares por vezes tão
próximos como desviados do imaginário.
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