segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Asas de narinas hesitantes


Asas de narinas hesitantes,

afloram um sorriso que se mostra desvelado,

amolecido no seu nervosismo.

Águas trémulas em forçado

aguentar  dos latejos das têmporas gastas.

Alta capa crispada e incómoda

a reduzir o conteúdo

abrasivo das questões emudecidas

aos cantos da boca movidas pela incerteza.

Amplitude na corte de trilhos ociosos.

acorda da sombra na espera sobre o já tarde.

Apanágio de tramas emaranhadas e divididas.

Arabescos oblíquos como os raios de sol

antropomórfico, desenhados por uma criança.

apenas a um vento de revolta guinchada.

Aos quatro ventos atira a ponta de cabelo espigado

ansiando a indiferença fatídica.

Alphas, betas, pis como sinetas badalam menos sorte,

acrescentando azares dum verde vómito,

a encharcar mãos inchadas de  vazio.

Angústia dum oco ocre cinta o pescoço.

A varanda do risco onde o fardo se inclina rente

a um qualquer sonho submerso e desafia o chão.

Num melódico desenho a sanguínea


Num melódico desenho a sanguínea,

canta e floresce a púrpura  rosa.

Prado da aventura airosa e magenta,

de outros tons encarnado em amora.

Traçado que cresce sem ser apagado,

consente na folha a curvilínea brancura.

Esboça e troça das papoilas,

apetitosas moçoilas dos deuses presente.

Impede a brandura assente em cada veia.

Arrebata num transparente véu.

Dedilhada ameia em castelo de cristal,

com mágoa riscada no peito,

solta cravos ruivos em línguas d`água.

De carne viva numa ferida sangria aberta.

A esfinge duvidosa no sussurar,

entoa uivos na desdita da escalada,

como vampira letal do néctar puro,

que de cor cólera o céu alcança

na sombra que a abarca e tinge.

Um mar sem sal que precipita

a eterna dança de frágil barca.

Botão centelha que abrasa  

em casa recolhido e aceso.

Desliza, finge e avança ágil  

no instante rubi desmedido.