EXISTÊNCIA
Existência, quase jogo obsessivo,
entre a monotonia e a construção mental.
Um combater dos vícios arreigados
ao quotidiano, venenos na rotina dos dias.
Confusão picante a descompor o
aborrecimento e a obediência.
Expressões desenhadas em
elaboradas perícias da mente refletem sinais de alento.
Qualquer aroma de primavera a
vibrar contra os desencantos de vazios flutuantes.
Nada é irreversível à acção voraz
do sonho: apenas a morte.
Trocar da consumição por ímpetos
do arrebatar criativo, ora ávido ora cálido.
Viver exige dimensões insuspeitas
de presença da imaginação.
Os sussurros do amanhã são
indiscretos e mascarados.
Intensões de concentração na ampliação do hoje
pintam uma lua cheia.
Tenacidade com portas de cristal.
Evaporar do forro lunar que
permite a explosão do sol.
Texto de Mirandulina
NA CAPA: Acrílico sobre tela de Mirandulina
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