ESPUMADO AMOR DE NAVEGAÇÃO A BOM
PORTO
Espumado amor de navegação a bom
porto.
Inquietude cristalina com sonhos
aninhados nas ondas e transparências instaladas em nuas flutuações.
Vinculação sem dúvidas,
entrecortada com as convulsões da incredulidade.
Consentir de vida, pré-natal,
privado de raciocínio.
Indizível sentimento, ora bordado
de ideal, ora convertido em fogo-de-artifício.
Suadouro da paixão e da
desorientação onde emoções, sem calendário, que se entrechocam na fervência
visceral.
Poltrona do consolo. Edifício
privilegiado, no seio de periferias dispersas como mosaicos.
Apelo persistente, polegada a
polegada, desde as entranhas do invólucro do ser.
Não existe prudência anunciada.
Um incitar radical, sem método,
que repele qualquer recomendação ou objeção.
Entre as malhas da exaltação,
assenta na invisibilidade do tempo, mas desenha tatuagens incisivas, talvez
perenes.
Silêncios elucidativos entre
pestanas.
Luzir de íris embargado de água a
fazer tremer o sorriso, tão travesso como acariciante.
As mãos pegadas como uma cópula,
exploram sensações e ideias atropeladas.
Na doçura e na urgência dos
gestos, a sedução do sossego.
Texto de Mirandulina
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