sexta-feira, 19 de julho de 2013


ESPUMADO AMOR DE NAVEGAÇÃO A BOM PORTO

 

Espumado amor de navegação a bom porto.

Inquietude cristalina com sonhos aninhados nas ondas e transparências instaladas em nuas flutuações.

Vinculação sem dúvidas, entrecortada com as convulsões da incredulidade.

Consentir de vida, pré-natal, privado de raciocínio.

Indizível sentimento, ora bordado de ideal, ora convertido em fogo-de-artifício.

Suadouro da paixão e da desorientação onde emoções, sem calendário, que se entrechocam na fervência visceral.

 

Poltrona do consolo. Edifício privilegiado, no seio de periferias dispersas como mosaicos.

 

Apelo persistente, polegada a polegada, desde as entranhas do invólucro do ser.

Não existe prudência anunciada.

Um incitar radical, sem método, que repele qualquer recomendação ou objeção.

Entre as malhas da exaltação, assenta na invisibilidade do tempo, mas desenha tatuagens incisivas, talvez perenes.

 

Silêncios elucidativos entre pestanas.

Luzir de íris embargado de água a fazer tremer o sorriso, tão travesso como acariciante.

As mãos pegadas como uma cópula, exploram sensações e ideias atropeladas.

Na doçura e na urgência dos gestos, a sedução do sossego.

 

Texto de Mirandulina  

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