segunda-feira, 29 de julho de 2013

OPRTUNIDADES


Bonança de lamparina depois da tempestade onde assenta desenroscado um cobertor de silêncio risonho como uma chávena de chá quente ou um cálice de licor.

Após o abate da beleza feroz da tormenta imponente, a oportunidade esticada em harmonias até ao toque.

Tátil e açucarado pano de fundo de sonhos vagos e leves.

Prestes a eclodir nova etapa, campainha de aventuranças e aventuras, distancia-se a um mundo de léguas dos anseios mórbidos e infrutíferos.

Viagem guiada a partir de um centro umbilical, despojado de bagagens.

Cântico íntimo e quase universal como um elevador (que não devia servir para descer tal como o nome o sugere), sinal do espanto delicado da tranquilidade.

Uma porta sem tramas.

Uma janela escancarada a brisas tépidas.

Átrio de emoções no olho da alma a pensar em espaço lento e elegante, num convite ecoando calmarias em árias de fábulas temporárias e cíclicas.

Alternância entre o apaziguamento e o frenesim, como oportunidade, a enxotar as horas de tédio e a carregar as baterias das mentes inquietas.

 

Ao longe ainda se pode ver a tormenta murmurando um até breve, com uma mão levantada num aceno irónico.

 

Texto de Mirandulina

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