Bonança de lamparina
depois da tempestade onde assenta desenroscado um cobertor de silêncio risonho
como uma chávena de chá quente ou um cálice de licor.
Após o abate da beleza
feroz da tormenta imponente, a oportunidade esticada em harmonias até ao toque.
Tátil e açucarado pano
de fundo de sonhos vagos e leves.
Prestes a eclodir nova
etapa, campainha de aventuranças e aventuras, distancia-se a um mundo de léguas
dos anseios mórbidos e infrutíferos.
Viagem guiada a partir
de um centro umbilical, despojado de bagagens.
Cântico íntimo e quase
universal como um elevador (que não devia servir para descer tal como o nome o
sugere), sinal do espanto delicado da tranquilidade.
Uma porta sem tramas.
Uma janela escancarada
a brisas tépidas.
Átrio de emoções no
olho da alma a pensar em espaço lento e elegante, num convite ecoando calmarias
em árias de fábulas temporárias e cíclicas.
Alternância entre o apaziguamento
e o frenesim, como oportunidade, a enxotar as horas de tédio e a carregar as
baterias das mentes inquietas.
Ao longe ainda se pode
ver a tormenta murmurando um até breve, com uma mão levantada num aceno irónico.
Texto de Mirandulina
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