segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Num melódico desenho a sanguínea


Num melódico desenho a sanguínea,

canta e floresce a púrpura  rosa.

Prado da aventura airosa e magenta,

de outros tons encarnado em amora.

Traçado que cresce sem ser apagado,

consente na folha a curvilínea brancura.

Esboça e troça das papoilas,

apetitosas moçoilas dos deuses presente.

Impede a brandura assente em cada veia.

Arrebata num transparente véu.

Dedilhada ameia em castelo de cristal,

com mágoa riscada no peito,

solta cravos ruivos em línguas d`água.

De carne viva numa ferida sangria aberta.

A esfinge duvidosa no sussurar,

entoa uivos na desdita da escalada,

como vampira letal do néctar puro,

que de cor cólera o céu alcança

na sombra que a abarca e tinge.

Um mar sem sal que precipita

a eterna dança de frágil barca.

Botão centelha que abrasa  

em casa recolhido e aceso.

Desliza, finge e avança ágil  

no instante rubi desmedido.

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