Num melódico desenho a sanguínea,
canta e floresce a púrpura rosa.
Prado da aventura airosa e magenta,
de outros tons encarnado em amora.
Traçado que cresce sem ser apagado,
consente na folha a curvilínea brancura.
Esboça e troça das papoilas,
apetitosas moçoilas dos deuses presente.
Impede a brandura assente em cada veia.
Arrebata num transparente véu.
Dedilhada ameia em castelo de cristal,
com mágoa riscada no peito,
solta cravos ruivos em línguas d`água.
De carne viva numa ferida sangria aberta.
A esfinge duvidosa no sussurar,
entoa uivos na desdita da escalada,
como vampira letal do néctar puro,
que de cor cólera o céu alcança
na sombra que a abarca e tinge.
Um mar sem sal que precipita
a eterna dança de frágil barca.
Botão centelha que abrasa
em casa recolhido e aceso.
Desliza, finge e avança ágil
no instante rubi desmedido.
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