quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SUICIDA


Suicida  

Aceno suspeito e esquivo que fica em suspenso nos aposentos da desistência e dos soluços entalados. Bilhete escrito sem pressa, dobrado na coragem, guardado na derrota dos lençóis atados para a fuga. Legítima defesa sem alibi. Incriminatória versão como única hipótese. Alternativa inventada no fundo da exclusão e da evidência apanhada de surpresa. Reposição telegráfica da memória colada nos ombros declinados no parapeito do salto. O impulso a gritar por reforços em tonalidades e texturas com as proporções das sombras.

 
Texto de Mirandulina

Varanda do risco


Varanda do risco (texto de Mirandulina)

 
Nas asas das narinas hesitantes, um sorriso mostra o seu nervosismo.

Já não há capa que reduza o conteúdo das questões emudecidas nos cantos da boca movidas pela incerteza.

Uma corte de trilhos ociosos sai da sombra na espera sobre o já tarde. Tramas emaranhadas, divididas, oblíquas como os raios de sol antropomórfico, desenhados por uma criança.

Varanda do risco onde o fardo se inclina rente ao sonho e desafia o chão.